terça-feira, 30 de agosto de 2011

Rotulagem e Informação Nutricional


Os alimentos industrializados devem ter, obrigatoriamente, a tabela com informações nutricionais do alimento. As resoluções RDC 359 e 360 de 2003 são as que regulamentam todas as informações que um rótulo deve ter, porém essa obrigatoriedade existe desde 2001.

O rótulo é o meio de comunicação entre o consumidor e o alimento, assim é importante conhecer quais as informações obrigatórias e, sobretudo, entendê-las.

Informações obrigatórias

Lista de ingredientes: informações essenciais para evitar problemas de alergias e intolerâncias a algum componente do produto. Além disso, é possível identificar se o produto levar açúcar, gordura hidrogenada (responsável pela gordura trans do alimento) e sódio. É bom ressaltar que os ingredientes aparecem em ordem decrescente, ou seja, do que está em maior quantidade para o que está em menor quantidade. Assim, se o primeiro ingrediente é açúcar, significa que este é o ingrediente que foi utilizado em maior quantidade, por isso é importante comparar os produtos de diferentes marcas, às vezes é este o motivo da diferença de preço entre elas.

Origem: necessário para saber quem fabricou o produto e em qual local, se o consumidor precisar, pode entrar em contato com a empresa.

Prazo de validade: todo produto embalado deve ter data de validade, inclusive aqueles pesados e embalados pelos supermercados. Para produtos com validade inferior a três meses, pode ser indicado, no mínimo, o dia e o mês, e para os de validade maior, o mês e o ano.

Conteúdo líquido: indica a quantidade do produto contido na embalagem, sem considerar o peso dela. Pode ser expresso em quilo ou litro.

Lote: é um número que faz parte do controle da produção. Caso ocorra algum problema, o produto pode ser recolhido e analisado de acordo com o lote.

Tabela Nutricional: a partir dessas informações, o consumidor pode o que é mais saudável, porém nem todo mundo consegue entender exatamente o que são essas informações. Por isso é importante explicá-la detalhadamente:

Primeiramente, toda tabela nutricional deve ter o tamanho da porção, geralmente em gramas ou mililitros. Deve constar também, obrigatoriamente, a sua respectiva medida caseira (colher de sopa, fatia, unidade, etc).

Valor energético: quantas calorias a porção daquele alimento tem. É importante atentar-se ao valor da porção, pois muitas vezes não corresponde ao conteúdo total da embalagem.

Carboidratos: quantos gramas de carboidratos a porção do produto oferece;

Proteínas: a quantidade de proteínas que a porção do produto contém;

Gorduras Totais: as gorduras são divididas em saturadas, monoinsaturadas e poli-insaturadas. As gorduras totais correspondem à soma das três;

Gorduras saturadas: dos três tipos de gorduras, somente esta deve aparecer obrigatoriamente, pois é a gordura relacionada às doenças cardiovasculares e deve ser consumida com moderação, por isso é importante dar atenção a ela e não somente às gorduras totais do produto;

Gorduras trans: esse tipo de gordura não existe na natureza, ela é típica de produtos industrializados como bolachas recheadas, sorvetes, alimentos congelados e margarinas. O consumo deve ser moderado, sendo recomendado não ultrapassar 2g por dia, pois esta gordura também aumenta risco de doenças cardiovasculares se consumida em excesso. Muitos produtos apresentam a informação “Zero gordura trans” no rótulo, porém é importante verificar se isso se aplica ao produto todo ou só ao tamanho da porção contida na tabela de informação nutricional, pois caso o consumo seja maior do que a porção estipulada, o consumo de gordura trans poderá ser significativo;

Fibra alimentar: as fibras são responsáveis pelo bom funcionamento do intestino e, geralmente, seu consumo está abaixo do recomendado, por isso é importante verificar esta informação;

Sódio: o consumo excessivo de sódio está relacionado ao aumento da pressão arterial. O sódio é encontrado em todos os alimentos, principalmente no sal de cozinha. A indústria costuma utilizar o sódio como conservante ou realçador de sabor, por isso os alimentos industrializados costumam apresentar grandes quantidades. A recomendação da ingestão diária de sódio é de 1,7 g, o que corresponde a 5g de sal de cozinha ou uma colher de chá.

%VD: é um número em percentual que indica o quanto o produto em questão apresenta de energia e nutrientes em relação a uma dieta de 2000 calorias. Esse é um valor de referência, pois a quantidade de calorias que devem ser ingeridas varia de pessoa para pessoa e depende de muitas variáveis como estado de saúde, se pratica atividade física, idade, altura e sexo.

Quando o nutriente aparece como “zero”: a indústria não precisa colocar quantidades quando estas não são significativas. Para calorias, pode-se considerar 0 (zero) quando for menor ou igual a 4kcal, para carboidratos, proteínas, gorduras totais e fibras quando for menor ou igual a 0,5g, para o sódio quando for menor ou igual a 5 mg e para gordura trans quando for menor ou igual a 0,2g (por isso muitos produtos declaram ser zero gordura trans na porção).

Informações adicionais: vitaminas e minerais podem ser colocados na tabela opcionalmente quando estiverem presentes em quantidade de 5% ou mais da ingestão diária recomendada.

Da próxima vez que for comprar um alimento, olhe antes o rótulo, analise as informações nutricionais e os ingredientes e tenha uma alimentação mais saudável.

Postado por: Marcelle Comenale

Fontes consultadas:

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Guia Alimentar para a população brasileira: promovendo a alimentação saudável. Brasília : Ministério da Saúde, 2008. 210p.

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Rotulagem nutricional obrigatória: manual de orientação aos consumidores. Universidade de Brasília, 2005. 17p.

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. RDC nº 360, de 23 de dezembro de 2003.

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